Os dias de digitar os números do cartão de crédito ao fazer compras online estão contados. Até 2030, a ideia é que essa prática se torne coisa do passado, graças ao avanço da tokenização e da autenticação biométrica. Com isso, o setor financeiro espera não apenas tornar o processo de compra mais rápido e prático, mas também reduzir fraudes, especialmente nas transações digitais.
“Pense na tokenização como um cofre virtual para os seus dados”, explica Charles Mendes, especialista em bancos digitais e CEO do Bancão SA. “Quando você faz uma compra online, em vez de enviar o número real do seu cartão, o sistema cria uma espécie de ‘senha temporária’ exclusiva para aquela transação. Essa senha — ou token — só pode ser usada uma vez e não tem nenhum valor fora daquele momento. É como dar uma chave descartável em vez da chave-mestra da sua casa.”
A tecnologia já está em alta: mais de 30% das transações no mundo já usam tokenização. Ela substitui os dados reais do cartão por códigos criptografados, impossibilitando o uso das informações em caso de vazamentos. Junto com a biometria — como o reconhecimento facial ou a digital —, garante que só o dono do cartão possa autorizar a compra, sem precisar de senhas ou códigos temporários. Segundo Mendes, essa dupla de tecnologias é perfeita para combater fraudes, especialmente no comércio eletrônico, onde as tentativas de golpe são sete vezes mais comuns do que em lojas físicas.
Além da segurança, a mudança promete melhorar a experiência do consumidor. Estudos mostram que quase dois terços das pessoas acham chato digitar os dados do cartão ao comprar online. “O cliente quer praticidade. Imagine poder finalizar uma compra com apenas um clique, sem precisar procurar o cartão ou lembrar senhas. A tokenização permite isso sem abrir mão da segurança”, destaca Mendes.
Outro benefício dessa tecnologia é o surgimento dos cartões físicos sem números impressos. “Se o seu cartão for perdido ou roubado, não há o que os criminosos possam usar, já que não há números visíveis. É uma camada extra de proteção que traz mais tranquilidade para o consumidor”, explica o CEO.
Mas a segurança não para por aí. Para identificar tentativas de fraude, empresas de tecnologia financeira estão investindo em inteligência artificial capaz de analisar o comportamento do usuário em tempo real. Se algo parecer suspeito — como um acesso de um dispositivo desconhecido ou uma compra fora do padrão —, o sistema bloqueia a operação automaticamente.
No Brasil, onde o Pix já mostrou que a população está pronta para novas tecnologias, a expectativa é que a tokenização e a biometria sigam o mesmo caminho. “O Pix transformou os pagamentos instantâneos, e agora chegou a vez de revolucionar o comércio online. Imagine um mundo onde você nunca mais precisa digitar os números do cartão e, ainda assim, compra com mais segurança. Esse futuro está mais próximo do que parece”, afirma Mendes.
Enquanto as grandes redes de pagamentos aceleram essa transformação, o Bancão SA já está de olho nas oportunidades que esse novo cenário traz. Como venture builder focada em soluções para o mercado financeiro, a empresa ajuda bancos digitais e fintechs a implementarem essas tecnologias de forma estratégica, oferecendo mais segurança e agilidade para os clientes.
“Nosso papel é garantir que as instituições financeiras acompanhem essa evolução sem complicar a vida do cliente. Afinal, no mundo digital, quem consegue oferecer mais segurança sem perder a simplicidade sai na frente”, conclui Mendes.
Seja eliminando a digitação manual ou prevenindo fraudes em tempo real, o futuro dos pagamentos digitais está batendo à porta — e o Brasil tem tudo para ser protagonista dessa nova era.